Marilyn Diptych, Andy Warhol, 1962

Andy Warhol: o maior artista da Pop Art

Uma banana estampada na capa do primeiro disco da banda The Velvet Underground tornou-se um dos mais conhecidos ícones do rock mundial. A imagem foi criada por Andy Warhol, artista plástico e cineasta norte-americano considerado o maior representante da Pop Art.

Em seus trabalhos, experimentava cores fortes, brilhantes e tintas acrílicas. Empregava técnicas diversas, como a serigrafia, para retratar temas do cotidiano e produzir imagens de grande apelo de massa.

Para ele, qualquer coisa podia ser arte, para qualquer pessoa e sobre qualquer coisa. A partir desse pensamento, desenvolveu um estilo único e inconfundível que marcou o mundo da arte.

Origem humilde

Warhol nasceu no dia 6 de agosto de 1928, na Pensilvânia. Era filho de imigrantes eslovacos que foram buscar trabalho nos Estados Unidos.

Na infância, sofreu com uma doença do sistema nervoso que prejudicou sua convivência com outras crianças na escola. Nas longas temporadas em que passava na cama se recuperando, desenhava, ouvia rádio e colecionava imagens de estrelas de cinema. Porém, em 1945, aos 17 anos, passou a frequentar a universidade, onde se graduou em design.

Tornou-se um jovem preocupado com o futuro, especialmente porque tinha poucos recursos financeiros. Era irreverente no modo de se vestir e não se importava com o que pensavam sobre sua opção sexual.

Em Nova York, trabalhou como ilustrador de importantes revistas, como a Vogue e The New Yorker. Também fazia anúncios publicitários, displays para vitrines de lojas e chegou a trabalhar no design do livro de receitas “Wild Raspberries”, que foi distribuído como presente de Natal.

O próximo passo foi buscar um estilo pessoal para se lançar no mercado. Um dos trabalhos desse período é “James Dean morto” (1955), que mostrava o artista após o acidente que o vitimou.

James Dean Morto, Andy Warhol, 1955
James Dean Morto, Andy Warhol, 1955

Arte de massa

Warhol construiu uma carreira artística com forte inspiração na linguagem publicitária, criando representações para diversos artigos de consumo, como nas telas “Coca-Cola” (1960) e “Latas de sopa Campbell” (1962) – obra constituída de 32 pinturas, uma para cada tipo da sopa comercializada nos Estados Unidos.

Coca-Cola, Andy Warhol, 1960
Coca-Cola, Andy Warhol, 1960
Latas de Sopa Campbell, Andy Warhol, 1962
Latas de Sopa Campbell, Andy Warhol, 1962

Foram as pinturas com as latas de sopa que conseguiram abrir portas no mundo da arte para Warhol, possibilitando que pela primeira vez ele participasse de uma exposição de fato. O evento foi na Ferus Gallery de Irving Blum, em Los Angeles.

Nessa obra, vemos outra das caraterísticas de sua arte: o caráter repetitivo, mostrando que a padronização pode transmitir mensagens com apelo político e social, no caso, questionar a homogeneização da produção em massa.

Outra vertente explorada pelo artista, foi a produção de serigrafias de personalidades. Em Díptico Marilyn (1962), a partir de uma mesma fotografia da atriz, realizou diferentes experimentações com cores vivas. Já em “Oito Elvises” (1963), Warhol sobrepôs fotografias de Elvis Presley vestido de cowboy para compor uma pintura com oito imagens em sequência.

Díptico Marilyn, Andy Warhol, 1962
Díptico Marilyn, Andy Warhol, 1962
Oito Elvises, Andy Warhol, 1963
Oito Elvises, Andy Warhol, 1963

Além de serigrafias, Warhol também fazia colagens e usava materiais descartáveis, o que não era comum entre outros artistas da época. Em 1968, uma artista o feriu com uma arma de fogo por causa de um mal-entendido sobre um roteiro, assunto tratado no filme “Eu atirei em Andy Warhol” (1996).

Retratos do pop

Outros símbolos da cultura pop foram ressignificados nas telas de Warhol. Em 1981, criou a série “Mitos”, que incluía dez representações em serigrafia de personagens ficcionais populares da cultura ocidental, como Mickey Mouse. E, para completar, inovou na técnica: usou pó de diamante nos dez trabalhos para fazer com que as peças brilhassem.

Ele mesmo também foi personagem de sua obra. Criou uma série de autorretratos ao longo da carreira, mas o mais consagrado “Autorretrato” (1986), concluído um ano antes da sua morte.

Autorretrato, Andy Warhol, 1986
Autorretrato, Andy Warhol, 1986

Andy Warhol faleceu em 1987, quando se recuperava de uma cirurgia. Foi um artista visionário, como mostra uma de suas frases: “No futuro, todos serão famosos durante quinze minutos”. Seu legado está preservado no The Andy Warhol Museum, localizado em Pittsburgh, um dos maiores museus do mundo dedicado a um único artista.

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André Dorigo

Doutor em História da Arte pela UFRJ. Desde 2017 tem cursos on-line sobre o tema e produz conteúdo para a internet, tendo milhares de alunos. Organiza viagens culturais em diversas cidades.

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