Gabriele Münter nasceu no ano de 1877, em Berlim, e foi uma das integrantes do expressionismo alemão. Além de ter sido um nome de grande influência nas vanguardas modernistas do início do século XX, contribuiu para a preservação de inúmeras obras de diversos pintores durante a Segunda Guerra Mundial.
Primeiros anos
Em 1901, assistiu às aulas de iniciação na Academia Feminina da Associação de Mulheres Artistas de Munique, já que, por ser mulher, não poderia frequentar academias de arte oficiais.
Na sequência, estudou na Phalanx School, também em Munique, uma instituição de vanguarda fundada pelo artista russo Wassily Kandinsky.
Na Phalanx, Gabriele frequentou cursos de escultura e foi apresentada ao pós-impressionismo e às técnicas de marcação com espátula e com pincel. As cores vivas e contornos bem demarcados que passou a usar foram influenciados pelas obras de Gauguin e dos fauvistas, que ela admirava. A arte popular da Baviera era outra fonte de inspiração.
Papel importante
Kandinsky foi o primeiro professor que realmente levou a sério as habilidades de pintura de Gabriele e os dois se envolveram profissional e afetivamente, o que resultou numa parceria de grande crescimento para o trabalho de ambos, e também num relacionamento pessoal que estendeu por mais de uma década.
A artista foi fundadora da Nova União de Artistas de Munique, projeto iniciado por Kandinsky que incluía artistas do grupo O Cavaleiro Azul (Der Blaue Reiter), formado por expressionistas russos e alemães, como Franz Marc, Paul Klee e Marianne von Werefkin. Ela contribuiu para a realização de diversas exposições de vanguarda na Alemanha.
Seu relacionamento amoroso com Kandinsky foi interrompido em 1914, quando o pintor voltou para a Rússia e acabou se casando por lá. Para Gabriele, seguiram-se anos desafiadores, em que a depressão foi uma presença regular, afetando inclusive a sua produção artística, que foi sendo retomada muito lentamente.
Gesto heroico
Ao longo da Segunda Guerra Mundial, porém, Gabriele foi proibida de expor suas telas que, como toda a manifestação de arte moderna, eram consideradas degeneradas pelos nazistas.
Durante esse período, ela conseguiu heroicamente esconder mais de 80 obras de Kandinsky e de outros membros do Blaue Reiter, além de suas próprias criações, salvando-as da destruição.
Sua atitude possibilitou que hoje esse acervo possa ser visto na Galeria Municipal da Lenbachhaus, em Munique, à qual a artista doou as obras. Além disso, a casa dela, em Murnau, também foi transformada em museu.