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Renoir e a Celebração da Vida

Pierre-Auguste Renoir foi um renomado pintor francês, nascido em 1841, em Limoges, na França. Reconhecido por suas obras impressionistas, Renoir se destacou por sua habilidade em retratar a vida cotidiana e a beleza feminina em suas telas.

Durante a sua carreira, produziu uma grande quantidade de pinturas, esculturas e desenhos, tornando-se uma figura importante no movimento impressionista francês. Sua obra influenciou diversos artistas ao redor do mundo.

Renoir mudou-se com a família aos 4 anos para Paris. De origem humilde — a sua mãe era costureira e o seu pai alfaiate — começou a trabalhar aos 13 anos de idade numa fábrica, como decorador de porcelanas. Aos 21 anos, ingressou na Escola de Belas-Artes de Paris, que abandonou um tempo depois para se dedicar à pintura ao ar livre.

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Perto do Lago, 1880

Principais características da obra de Renoir

Em 1861, Renoir ingressou no Ateliê do pintor Charles Glayre. Lá conheceu Frédéric Bazille, Claude Monet e Alfred Sisley. O resultado desse encontro entrou para a história da arte como a revolução impressionista!

Apesar de gostar de pintar paisagens, como os demais impressionistas, Renoir tinha preferência por retratar pessoas, famosas ou anônimas, inseridas em seu cotidiano. Tendo ele mesmo o temperamento alegre e carismático, sempre rodeado de amigos, buscava transportar esse mesmo ambiente festivo às suas telas.

Suas obras celebram a vida. Sempre em busca da espontaneidade, o artista criava registros instantâneos de momentos tal qual se apresentavam a ele, através das impressões causadas pelas luzes, pelas cores e pelas sombras presentes na cena.

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A Grenouillère, 1869

Pessoas e paisagens do cotidiano parisiense

“A Esmeralda” foi sua primeira obra a ser exibida publicamente, o que ocorreu no Salão de Paris de 1864. No entanto, foi somente no Salão de Paris de 1868, com o quadro “Lise com a sombrinha” (1867), que alcançou sucesso.

A modelo representada nesta tela foi sua amante e posou para outros trabalhos, como “A jovem Cigana” (1868) e “Mulher com periquito” (1871).

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Lise com Sombrinha, 1867
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A Jovem Cigana, 1868

Principal obra de Renoir

A tela “Dança no Moulin de La Galette” (1876) é possivelmente a sua obra mais conhecida. Nela, retratou uma festa tipicamente burguesa realizada no jardim de um moinho em Montmartre, uma colina ao norte de Paris.

Usando pinceladas rápidas, captou a atmosfera alegre e jovial daquele momento, cheia de situações de flerte, de dança e de descontração, filtradas pelos efeitos da luz do sol que atravessava as folhas das árvores.

Conhecido por celebrar a beleza e, especialmente, a sensualidade feminina, o pintor dizia que seu objetivo era tornar suas obras agradáveis aos olhos.

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Dança no Moulin de la Galette, 1876

Rosa e Azul, o Renoir brasileiro

Renoir também foi um exímio pintor de cenas familiares e caseiras, como por exemplo lições de piano, particularmente em moda no século XIX. As crianças eram representadas pelo pintor com muito encanto.

O quadro “Rosa e Azul”, por exemplo, que faz parte do acervo do Masp, em São Paulo, desperta sorrisos e suspiros dos espectadores, e é considerada uma das obras do museu que tem maior apelo popular. Nela, foram representadas as irmãs Alice e Elisabeth Cahen d’Anvers.

A pintura faz parte de uma série de retratos feitos para a família Cahen D’Anvers. Ao longo de quase toda a vida, Renoir exerceu a pintura de retratos como forma de aumentar a sua renda, como era comum. Somente depois de obter muito êxito na sua carreira, pôde escolher livremente que temáticas seguir.

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Rosa e Azul, 1881

Importância de Renoir para o movimento impressionista

Pierre-Auguste Renoir é considerado uma das figuras mais importantes do movimento impressionista, que, por sua vez, revolucionou a arte no final do século XIX. Suas obras influenciaram profundamente o desenvolvimento dessa corrente artística.

Renoir contribuiu para a renovação da técnica pictórica ao valorizar a luz e a cor como elementos fundamentais da sua pintura, utilizando pinceladas soltas e cores vibrantes, e criando efeitos de luz e de sombra que transmitiam a sensação de movimento e de vida.

Sua habilidade em retratar a vida cotidiana, especialmente em cenas ao ar livre, também foi essencial para o impressionismo, que buscava fugir das temáticas históricas e religiosas predominantes na arte tradicional.

Nos anos 1870, passou a acompanhar Claude Monet para pintar ao ar livre. “Passagem pelo mato alto” (1876) é uma das obras realizadas nesse período.

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Passagem pelo Mato, 1876

Indo além do rótulo de impressionista

“Após o banho” (1888) e “As banhistas” (1918-19) fizeram parte de uma série que o pintor desenvolveu em torno do tema clássico do banho. Nessa fase, Renoir se afastou das características do Impressionismo e experimentou uma pintura mais academicista. Posteriormente, voltou a usar suas pinceladas rápidas.

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Após o Banho, 1888
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As Banhistas, 1918-19

Em 1880, Renoir se casou com a modelo Aline Charigot, com quem teve três filhos. O último deles, Jean Renoir, nasceu em 1894 e se tornou um grande cineasta francês, autor de filmes que marcaram o cinema mundial, como “A grande Ilusão” (1937) e “A Regra do jogo” (1939).

No fim de sua vida, o pintor passou cada vez mais a sofrer os efeitos do reumatismo, o que o levou a ter muita dificuldade para segurar os pincéis. No entanto, as limitações provocadas pela doença não o impediram de continuar pintando, mesmo que para isso fosse necessário amarrar seus pincéis às mãos.

Pela graça, leveza e beleza de suas pinturas, Pierre-Auguste Renoir entrou merecidamente para a história como um dos grandes pintores de todos os tempos!

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André Dorigo

Doutor em História da Arte pela UFRJ. Desde 2017 tem cursos on-line sobre o tema e produz conteúdo para a internet, tendo milhares de alunos. Organiza viagens culturais em diversas cidades.

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