Diego Velázquez foi um dos nomes mais expressivos do Barroco europeu. Grande retratista, em especial da família real da Espanha, o artista também pintou cenas do cotidiano e de cunho religioso.
Ele nasceu no dia 6 de junho de 1599, em Sevilha, cidade que na época era considerada a mais rica e próspera da Espanha, graças ao fato de possuir o principal porto de comércio com as Américas.
Foi nesse ambiente cosmopolita e de efervescência cultural que Velázquez desenvolveu seu interesse pela pintura. Inicialmente, estudando com o pintor sevilhano Francisco Herrera (o Velho), um apaixonado pela obra de Caravaggio.
Após passar um período como aprendiz no estúdio de Francisco Pacheco del Río, em 1617 abriu sua própria oficina de arte em Sevilha.
Sua obra influenciou pintores realistas e impressionistas, como Édouard Manet, o qual chamava Velázquez de “pintor dos pintores”. Já o pintor anglo-irlandês Francis Bacon, para homenageá-lo, recriou diversos de seus quadros.
Retratos de Velázquez individualizavam o modelo
No princípio de sua carreira, pintou impressionantes cenas cotidianas, como “A mulher fritando ovos” (1618). Também se dedicou a temáticas religiosas, como podemos ver na tela “Adoração dos magos” (1619).
Assim, foi aos poucos conquistando Sevilha e tornando-se um artista respeitado. Um de seus êxitos era como pintor de retratos, nos quais buscava mostrar os detalhes dos modelos, realçando a individualidade de cada um.
Numa de suas visitas à Itália, Velázquez pintou o retrato do papa Inocêncio X (1650). Seu rosto foi representado com um olhar astuto e penetrante.
Em Nápoles, produziu duas de suas mais importantes obras: “A forja de Vulcano” (1630) e “A túnica ensanguentada de José levada a Jacó” (1630). Ambas as pinturas têm características realistas e foram influenciadas pela arte de El Greco.
Velázquez vive em Madri sua época de ouro
Ao longo de vinte anos, pintou diversos quadros para a família real espanhola, chegando a ocupar o cargo de chefe de gabinete do palácio do rei, sendo nomeado pintor oficial da corte.
Dentre suas realizações, está a decoração de todos os palácios reais e a execução de retratos, como os da Rainha “D. Mariana” (1652-1653) e o da “Infanta D. Maria Teresa” (1652-1653).
Em 1655, Velázquez pintou um de seus quadros mais intrigantes, “As fiandeiras”, o qual especialistas interpretam de formas distintas.
Uma que vê, no primeiro plano, a oficina de fiação como tema central da obra. E, no segundo plano, uma habitação com uma tapeçaria ao fundo, que é observada por três mulheres.
Na outra interpretação, estudiosos concluem que a tapeçaria é na verdade uma cena mitológica com suas fiandeiras à frente. Porém, também há reflexões que indicam uma possível alusão à representação social dos pintores espanhóis, que eram vistos como artesãos.
Obra-mestra
No entanto, a sua obra mais conhecida é “As Meninas”(1657). Ela foi reinterpretada por diversos artistas como Goya, Dalí e Picasso. Além disso, a obra foi objeto de estudos teóricos, como o do filósofo Michel Foucault.
No centro da composição, está a infanta Margarida Maria, cercada por outras personagens, como o próprio Velázquez. A menina observa o rei e a rainha (seus pais) pousarem para o pintor, os quais podemos ver refletidos no espelho ao fundo. A cena parece inesperada e espontânea.
Velázquez captou como ninguém o que via. O realismo e o detalhe de suas composições tornaram suas obras bastante conhecidas e admiradas. Uma de suas diversas conquistas foram os títulos que recebeu, como o de cavaleiro da Ordem de Santiago, por sua fidelidade à coroa espanhola.
Diego Velázquez faleceu em Madrid, no dia 6 de agosto de 1660, mas até hoje é considerado um dos maiores artistas de todos os tempos.